Será que Sir Paul McCartney e sua banda vem no mês de Novembro prá cá? Boatos surgiram por toda América do Sul. E quem começou com esta história foi o jornal argentino El ClarÃn. Segundo a publicação, Paul e sua banda farão duas apresentações em Buenos Aires nos dias 14 e 15 de Novembro no estádio do River Plate. O jornal argentino também noticiou que vinda do ex-beatle à América do Sul incluirá shows no Brasil, Chile e, provavelmente, Peru. Bom, se isto for verdade, "Let 'Em In"...
A canção Let 'Em In não faz parte do conjunto "maiores hits radiofônicos" de Paul McCartney em carreira solo. Porém, está longe de ser uma canção ruim. Presente no álbum Wings At The Speed Of Sound de 1976, ela figurou no topo das paradas de sucesso dos EUA e da Grã-Bretanha.
Logo de cara, Let 'Em In chama a atenção pela campainha que toca no Ãnicio da música, como se estivessemos solicitando a entrada na casa de alguém. Na sequência, Paul vai declamando as pessoas que estão batendo em sua porta. Pessoas famosas, amigos e parentes, como John Lennon (Brother John), os integrantes do The Everly Brothers (Phil and Don), o famoso baterista do Who, Keith Moon (Uncle Ernie, em referência ao personagem interpretado pelo baterista no disco Tommy) e a sua falecida esposa Linda McCartney (a Sister Suzi, em referência a uma canção feita por ela no inÃcio da banda Wings).
Parte da canção é acompanhada por uma espécie de marcha marcial e flautas, como se estivéssemos vendo o inÃcio de uma batalha. Segundo alguns especialistas, esta alusão de Paul se deve aos intricados relacionamentos na sua vida e nos Beatles. Tanto na vida pessoal e como na banda, é preciso fazer concessões e deixar as pessoas "entrarem", por mais que haja discordâncias e diferentes influências e gostos. Até que uma hora o sonho termina...
Em 1977, pegando carona no sucesso de Let ‘Em In, o cantor de soul norte americano Billy Paul (que quase sempre aparece na programação radiofônica da Antena 1 com uma outra cover: Your Song de autoria de Elton John) deu sua própria interpretação para a canção de McCartney.
Diferentemente dos arranjos originais, Billy opitou por instrumentos de sopro de metal ao invés de utilizar marcha marcial e flautas. Além disto, a letra foi adaptada ao citar diferentes nomes de personalidades mais ligadas ao movimento pela igualdade racial norte-americana, como Malcom X, Martin Luther King e Louis Armstrong.
Particularmente, acredito que Billy Paul acertou em cheio ao aproximar sua versão do funk e do reagge, deixando-a mais dançante e contagiante do que a versão original.