Em 1959, no dia três de fevereiro, um avião caiu e seus três passageiros
morreram. Eram eles: Buddy Holly, Ritchie Vallens e e
JP The Big Popper. Três Ãcones do rock, quando esse estilo ainda era uma criança. Esse evento ficou famoso como “o dia em que a música morreu”. No caso, o
rock morria. Estupidez! Balela! O rock não pode morrer. Quem disse isso é o padrinho do grunge, Neil
Young. Um canadense nascido em 1945 e com uma vida dedicada as boas causas e ao
rock.
Into The Black é um hino. Canção é um nome bonito pra serestas, músicas
pops e demais. Isso aqui é um cântico do Rock ‘n Roll. Esse é o refrão que você
esbraveja na festa, no pub, no bar, com um copo de cerveja morna na mão e o
relógio marcando pra lá das três da manhã.
“Hey, hey, My, My, / Rock ‘n Roll can never die” é um grito com um riff simples e acordes básicos. Qualquer um que esteja iniciando sua vida num violão pode defender sua posição sem dificuldade, puxar o coro e comandar toda uma legião.
Quem ouve não
hesita em acompanhar.
“There’s more to the picture, than meets the eye” – essa frase representa bem essa versão feita pelo Chromatics.
Oasis, Pearl
Jam, Dave Mathews Band e outros grupos de rock já tocaram esse hino. Sempre há
uma preocupação por parte do músico de manter a integridade do hino, para não
perder sua força, sua caracterÃstica principal. Afinal de contas, esse é o hino
do grito.
Não foi o que
o Chromatics fez. Esse grupo trouxe uma guitarra, manteve o riff e seus acordes,
pôs seus efeitos e batidas eletrônicas e deu à música a lentidão de uma marcha
por liberdade.
Como homens e
mulheres que dão as mãos e tomam avenidas, como minorias que defendem seus
direitos, essa versão de 2012 traz em si a caracterÃstica do hino que ecoa. É
um grito por liberdade de quem busca mais do que defender o que já tem, de um
povo que luta para reconquistar sua voz, seu som. Não poderia
ser diferente. Tinha que ter vindo de uma banda de som eletrônico. Logo dali,
onde menos se espera, é de onde sai O hino. Não é uma heresia, é uma afronta de
quem defende o que não é seu, pelo bem maior.
Se diferente
fosse, não seria condizente com a história de Neil Young, esse canadense que
criticava o preconceito praticado da região sul dos Estados Unidos, onde o
negro era destratado - inclusive trocando farpas com o Lynyrd Skynyrd.
Esse cantor
atravessa fronteiras, levanta bandeiras para defender o que acredita, sempre
pensando em bens maiores. Ele é o padrinho do grunge, irmão do rock, pai do
hino que manifesta nosso desejo de imortalizar aquilo que amamos.
Eu falei de
tanto, disse muito e nem precisei mencionar a história de Johnny Rotten. Vejam
só...